quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

Permanecer

Nesse estudo irei abordar a maior experiência que um cristão irá vivenciar, talvez até mais importante que o dia da conversão do crente, irei abordar a permanência.
Sabemos que o fim das coisas e seu início não são tão importantes quanto o meio, em uma história, o meio é o que pega a narrativa já pré-disposta pelo início e leva a história até seu ponto culminante, o fim. Sendo assim, como vivemos, isto é, como permanecemos em Cristo é o que irá definir nosso legado às gerações posteriores.
Queria então começar enfatizando que a experiência de permanecer em Cristo, nada mais é, que entender que Cristo nos é suficiente. Poderia te citar diversos textos bíblicos que afirmam que: o Senhor é nosso pastor, por isso de nada temos falta (Sl. 23:1); Devemos buscar o Reino em primeiro lugar, e as demais coisas nos serão acrescentadas (Mt. 6:33); Se bebermos da água que Jesus nos dá nunca mais teríamos sede (Jo. 4:14); Se nos agradarmos do Senhor, Ele atenderá os desejos dos nossos corações (Sl. 37:4) e por aí vai, mas ficar apenas na leitura desses textos, ouvi-los sendo pregados constantemente, mas não nos tornamos praticantes dessas verdades de nada vale, estaríamos apenas nos enganando (Tg. 1:22). Portanto nos é necessário hoje vivermos isso, muitas vezes falamos que Jesus nos é suficiente, mas nos momentos de dificuldades recorremos a qualquer um, menos a Cristo, e digo mais, nos momentos de alegria, o último de quem nos lembramos é de Cristo. Estamos tão focados em tantas outras coisas, que nos esquecemos do que nos é suficiente, isto é, Jesus Cristo.
Então para entendermos o que é permanecer precisamos entender que Cristo nos é suficiente, tudo aquilo que poderíamos desejar/necessitar já está em nós por meio do Espírito Santo que habita em nós (1 Co. 6:19). Tudo aquilo que precisamos já habita em nós, a saber, Jesus Cristo.
Na carta de Paulo aos romanos (cap. 5), vemos a partir do primeiro versículo Paulo nos falando que nós, tendo sido justificados pela fé, temos agora paz com Deus, por meio de Jesus, de quem obtivemos acesso pela fé a graça na qual nos encontramos firmes. Interessante vermos no contexto do capítulo anterior, onde Paulo cita um texto do livro de gênesis: Abraão creu, e isso lhe foi creditado como justiça (Rm. 4:3-5). E nesse mesmo contexto Paulo diz que a fé de Abraão para quanto a palavra que Deus havia pronunciado sobre ele lhe foi pago em forma de justiça e nos agora alcançamos a mesma justiça e paz com Deus por meio da nossa fé no filho de Deus que veio como homem, Jesus, e agora firmados nessa graça nos gloriamos de nossa esperança da glória de Deus (Cl. 1:27).
Mas não somente na fé e graça nos gloriamos, segundo Paulo devemos também nos gloriar nas tribulações. Vamos explicar esse ponto: é interessante vermos que no Brasil tem sido pregado duas formas de ver o evangelho, a primeira forma é que tudo vai dar certo em nossas vidas, não teremos dificuldades e tudo vai ser um mar de rosas. E a segunda forma, a forma que pelo menos aqui em nossa cidade é mais normal de se ouvir (pois se ouvimos um pregador falando dessa maneira de ver o evangelho, já citada, iremos com paus e pedras pra cima do mesmo, o acusando de herege) é que nós como cristãos iremos sofrer aqui nessa terra, se queremos ser ricos nos céus, devemos ser pobres na terra. Interessante ver que o pessoal esqueceu que o cristianismo é equilibrado, esquecemos da pureza e simplicidade das palavras de nosso Senhor e queremos viver em extremos, como costumo dizer o cristianismo não é um mar de rosas, mas também não é apenas velório. Existem momentos alegres, momentos tristes, mas sabemos que Cristo está em nós, a plenitude de tudo está em nós, e isso nos é suficiente. Voltando a questão das tribulações, quando lemos isso, achamos que a tribulação é ter que pagar contas, que nós mesmos fizemos, ter que cuidar de filhos mal criados, ter que lidar com patrões que nos cobram de serviços a qual nós fomos contratados a fazer. Essas tribulações de qual Paulo fala, tribulações que geram em nós caráter aprovado, são tribulações por conta do evangelho de Cristo (2 Co. 11:25-27).
Tratemos agora do caráter aprovado, que em nós é gerado pelas tribulações, nos últimos anos tenho sido ministrado pelo próprio Deus que, Ele já não quer louvores, palmas, sacrifícios, Ele quer um coração disposto a obedece-Lo (1 Sm. 15:22). Deus não quer mais ouvintes, mas praticantes de Sua Palavra (Tg. 1:22) e isso gerará em nós a perseverança.
Gosto de imaginar as dificuldades que enfrentamos no dia a dia, nossas dúvidas e incertezas como um grande oceano, e nós estamos ali no meio, ou aprendemos a nadar ou nos afogamos. A perseverança nada mais é que aprender a nadar, aprender a nadar contra a maré que o mundo nos impõe, aprender a nadar contra as dúvidas e incertezas que nos batem. Perseverança é entender que nossa fé tem que ser maior que a dúvida, pois os que confiam no Senhor são como o monte Sião, não se abalam (Sl. 135:1), mas quem dúvida é semelhante a uma onda do mar, que quando tá chegando na praia, volta, impelida pelos ventos (Tg. 1:6).
Essa perseverança gera em nós a esperança, mas o que seria esperança? Esperança que se vê, não é esperança, esperança é aquilo que se espera e com paciência a aguardamos (Rm. 8:24-25), essa é nossa esperança: Cristo em nós, Ele é a esperança da glória. E essa esperança não nos decepciona, porque Deus derramou Seu amor em nossos corações, por meio do Espírito Santo que Ele nos concedeu. Tudo que nós esperamos e necessitamos está em nós, Cristo nos é suficiente.
Sabe, permanecer em Cristo é um convite a reinar, lembram do último estudo onde falei que José e Daniel reinaram no Egito e Babilônia, respetivamente, então, nós fomos constituídos por Deus, através do sangue de Jesus, reino e sacerdotes e reinaremos (Ap. 5:10), mas esse reino (governo) não num futuro onde Cristo virá, mas na presente era (Rm. 5:17). Aceite o convite de Cristo, permaneça Nele e exerça o Reino nessa terra.
Aqui talvez seja o momento onde muitos cristãos desistem, permanecer em Cristo, significa ser batizado no fogo, é interessante vermos que muitos pensam que esse batismo no fogo é um êxtase espiritual, para entendermos esse batismo precisamos entender duas coisas, a primeira, o que significa batismo. Batismo nada mais é que entrar em algo, imergir, vemos isso no batismo nas águas, onde somos imergidos nas águas, batismo no Espírito Santo, é aquele momento onde aceitamos entrar no mar da graça de Deus, entramos no Espírito Santo, então batismo no fogo nada mais é que entrar no fogo. O segundo ponto é entendermos o trabalho de um ourives, que purifica o ouro através do fogo, que queima toda impureza, somente restando o ouro. Sendo assim esse batismo no fogo é ser queimado pelo fogo de Deus constantemente para sermos purificados, é um tratamento no caráter, no seu "eu", entende?
Esse batismo no fogo pode ser parafraseado com o que Paulo diz na carta aos romanos no capítulo doze, versículo dois, que diz que devemos nos apresentar como sacrifícios vivos. Entendo como sacrifício vivo se entregar constantemente no altar de Deus, se pegarmos no livro de levítico para entender como um sacrifício totalmente queimado era entregue e aplicarmos na realidade de nossas vidas vamos entender que: um sacrifício ia pro altar morto, então devemos ir para o altar mortos, mortos para o mundo e para as nossas vontades; um sacrifício servia de alimentos para os sacerdotes, isto é, nossa vida vai servir de alimento espiritual para as futuras gerações (vejo isso gritar quando leio sobre os grandes homens de Deus ao longo da história, pelo testemunho de vida de cada um, sou influenciado a prosseguir firme em Cristo; e por último desse sacrifício não resta nada, apenas ossos (que são queimados até virar cinzas) e fumaça, só resta o que Deus quer.
Jeremias dezoito a partir do versículo três, vai nos contar sobre quando Deus manda o profeta ir à casa de um oleiro e observar seu trabalho, nesse texto o que me chama atenção é que, mesmo estando concentrado em seu trabalho, mesmo estando nas mãos do oleiro o vaso se estraga. E interessante vermos isso em nosso contexto, mesmo estando na presença do Senhor, caminhando em Sua casa, chega momentos que perdemos o foco, esquecemos que Cristo nos é suficiente e por conta disso somos estragados, mas o oleiro que continua concentrado em seu trabalho continua a sua obra fazendo daquele vaso estragado um novo vaso, segundo a sua vontade. Entendemos nesse texto que Jesus é o oleiro, que estamos em suas mãos, e que o próprio Deus Soberano está concentrado para fazer de nós um vaso novo, segundo a Sua vontade. Se estiver passando por momentos assim, se deixe ser refeito.
Em certo momento da minha jornada de fé, teve um momento onde pensei em jogar tudo pro ar e desistir, foi um momento crucial em minha vida, onde cheguei em determinado lugar onde: ou eu olhava pra Deus e prosseguia, ou olhava para as circunstâncias e desistia. Nesses momentos encontrei auxílio junto ao meu discipulador e amigos que me levaram a olhar pra Deus, nessa época um grande amigo meu me indicou uma série de vídeos, que talvez a maior parte dessa pregação seja fruto de lá, que me incentivaram a prosseguir, independente das tribulações, o nome dessa série de vídeos é: a vida que satisfaz, do ministério permanecer, recomendo que assistam.
Nesses dias que havia mencionado um capítulo da bíblia estava falando fortemente ao meu coração, acabou que hoje, talvez, seja meu capítulo favorito da bíblia, esse capítulo é João 15. Vamos ficar apenas nos versículos um ao sete.
Entendemos nesses versículos que Jesus é a videira, sabe aquele tronco ligado as raízes que sem ele os ramos não existiriam, então. Entendemos também que Deus é o agricultor que corta os ramos infrutíferos e poda os ramos que dão frutos para que deem mais frutos ainda (talvez nós pensemos que ser podado por Deus significa tribulações, quero deixar bem claro que a vida cristã e o crescimento em Cristo são feitos pela Palavra, vv. 3). Nós somos os ramos, que sem a videira, sem Cristo, nada podemos fazer, se não permanecermos Nele, da forma que Ele permanece em nós, não daremos frutos e, logo, seremos cortados e lançados ao fogo. Mas se permanecermos iremos entender que podemos pedir qualquer coisa, pois conhecemos o coração de nosso Pai, e nos será feito. A chave de tudo é permanecer em Cristo, permaneça Nele e saiba que Ele permanece em nós e essa é nossa esperança. Ele é tudo e está em todos nós (Cl. 3:11).
Os meios que agora poderia te citar que vai nos leva a essa unidade que permanece são: um, conhecer a Cristo, o mais importante e essencial, se não O conhecemos como iremos nos manter firmes Nele? Dois, saber onde Cristo habita, o próprio Deus escolheu habitar em nós, então no dia de tribulação se lembre que Jesus habita em você e isso é suficiente; Três, intimidade, sem intimidade com Jesus, momentos de orações e leitura da Palavra dificilmente irá se manter firmado, afinal como irá conhecer a Deus se não O busca?
E agora com a face descoberta contemplamos a imagem do Deus invisível nos transformando dia a dia, de glória em glória, a Sua imagem, até chegar a um ponto que não saberemos onde começa o Antônio Marcos e onde começa Jesus (2 Co. 3:18). E quando nos perguntarem, me mostra a Deus, poderemos dizer, olhe para nós, certo alguém disse uma vez: de cem, um lerá a bíblia, os outros 99 lerão o cristão. Seja a carta viva, escrita por Deus e enviada as nações com as escritas das boas novas de Sua graça.
Meu conselho mais sincero, se alguém julga estar firme, tome cuidado para que não caia, entenda que permanecer não é mérito seu, mas de Cristo que por meio de Sua graça escolheu habitar em nós. Devemos entender que Cristo nos é suficiente, talvez se de todas essas palavras usadas nessa mensagem, entendermos apenas isso, será o necessário, Cristo nos é suficiente.
24. “Portanto, quem ouve estas minhas palavras e as pratica é como um homem prudente que construiu a sua casa sobre a rocha.


Caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram contra aquela casa, e ela não caiu, porque tinha seus alicerces na rocha. Mas quem ouve estas minhas palavras e não as pratica é como um insensato que construiu a sua casa sobre a areia. Caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram contra aquela casa, e ela caiu. E foi grande a sua queda" (Mt. 7:25-27 NVI).

Por: Antônio Marcos dos Santos.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

Entendendo o princípio do Reino

Começamos esse estudo falando sobre a torre de Babel, onde muitos dizem ser o marco do orgulho da humanidade, pode até ser, mas o principal erro que vejo no relato da queda desta torre está na desobediência do povo para com a palavra de Deus, onde Deus dfiz: ide e multiplicai-vos, mas eles preferem construir para eles um centro, fazer de Babel o centro do mundo, e vemos nesse relato que Deus desce sobre eles, confunde suas línguas e o povo que antes se entendia, agora já não se entende e por fim são dispersos entre as nações.

Avançando um pouco na história vemos como o povo de Deus é levado ao Egito pelas circunstâncias (fome, seca e por aí vai), o Egito é simbolismo muito usado pelos profetas para indicar a escravidão, o mundo, e vemos que em nenhum momento foi vontade de Deus levar seu povo para lá, mas as circunstâncias os leva, mesmo assim Deus envia um resgatador para livrar seu povo da escravidão no Egito, Moisés. Em toda história do povo de Deus no Egito o personagem que mais me chama atenção é José, que mesmo não sendo do Egito alcançou o governo lá, e mesmo alcançando tão posição ele não se deixa contaminar com o Egito.

Avançando novamente na história chegamos a Babilônia, que também é um simbolismo para o mundo, para a escravidão, se antes as circunstâncias levaram o povo de Deus ao Egito, agora a idolatria e desobediência do povo os levou até a Babilônia, e tudo que haviam construído em Jerusalém desde quando saíram do Egito foi desfeito diante de seus próprios olhos por conta desses erros. O povo de Deus permanece setenta anos na Babilônia até serem enviadas de volta a sua terra. Assim como José me chama atenção no Egito, Daniel me chama atenção na Babilônia, que mesmo não sendo babilônico alcançou o governo na Babilônia, mas assim como José, não se deixou contaminar com as iguarias do rei.

Tanto na história de José, quanto na história de Daniel é interessante ver que mesmo eles alcançando tal posição de poder eles não queriam estar naqueles lugares, tanto que José em seu leito de morte manda levar seus ossos do Egito quando o povo fosse resgatado da escravidão, e quanto a Daniel, se você for fazer uma leitura minuciosa dos livros de Esdras e Neemias verá que o nome de um dos líderes de Judá que retornou para Jerusalém era chamado Daniel, creio eu o mesmo Daniel. Quem é de Sião não permanece no mundo.

Por falar em Sião, Sião simboliza a habitação do Altíssimo, um lugar alto, lugar de pessoas puras, esse lugar que devemos habitar, mas como habitar nesse lugar se não somos puros? Aí entra a questão de quem nos purifica, isto é, o sacrifício de Cristo, e hoje podemos chegar a Sião celestial, pois fomos purificados pelo Rei da glória. Sião é um lugar a parte do mundo, até hoje é assim, pegue imagens de grandes metrópoles de todo mundo e de Jerusalém e verá como é contrastante um lugar do outro. Esse lugar é um lugar de santos, por isso creia na santificação que Cristo conquistou para nós através de sua morte e ressurreição, tome muito cuidado ao se chamar pecador quando quem te santifica é o próprio Deus, creio que pecado maior é chamar a si mesmo de pecador enquanto é Cristo quem nos santifica, não menospreze Sua morte e ressurreição.

Para entender o princípio do Reino de Deus separei um texto em Colossensses 1:13, nesse texto fala sobre um império das trevas e um reino de amor, e para entender melhor o que irei explicar faço uma analogia de dois homens, e dentro desse primeiro homem há um império que por si só sempre será menor que um reino, esse império é do tamanho de uma cidade, porém nessa cidade há diversos distritos e cada distrito age de acordo de suas próprias leis, contanto que paguem os impostos para o imperador isso não é problema, e é interessante entender que esse imperador pode ser destituído ou trocado com uma facilidade muito grande, dificilmente um império continua no governo de uma só família. Vamos lá, e dentro desse segundo homem que mencionei há um reino, que está em constante crescimento, nesse reino não há divisões de leis ou regras, todos devem agir de acordo com a vontade do rei, ele é soberano e dita as regras, esse rei exerce sua soberania, interessante também que esse reinado irá continuar em sua família enquanto o reino continuar a existir.

Quando os discípulos de Jesus chegam a Ele para Lhe contar que até demônios se submetiam ao nome de Jesus a primeira coisa que Jesus fala pra eles é: eu vi satanás caindo como um relâmpago (Lc: 10:17-18). Parece algo estranho de alguém dizer quando alguém da uma boa noticia, acontece que Jesus diz isso aos seus discípulos pois toda vez que eles expulsavam um demônio, o imperador que governava aquela vida era destituído e caia como um relâmpago e o Reino de Deus chegava naquela vida (se recordam da analogia dos dois homens?), podemos ver isso quando Jesus dá continuidade dizendo: alegrem-se porque o nome de vocês está escrito no livro da vida, e não apenas os nome dos discípulos, mas também daqueles que ouviam as boas novas do Reino, agora salvos, mas que antes estavam no império das trevas.

Sabe qual foi o erro de satanás? Foi ele querer colocar seu trono entre as estrelas de Deus (Is. 14:13), ele se ensoberbeceu ao ponto de achar que toda sua formosura era por mérito próprio, ele esqueceu que Deus o havia feito daquela forma. E sabe quem são essas estrelas (Fp. 2:15)? Somos eu e você, no livro de Tiago fala que Deus é Pai das luzes (Tg. 1:17), se Deus é Pai das luzes e somos filhos de Deus quem são essas luzes? No livro de Hebreus diz que os anjos são espíritos e os espíritos são como o vento de Deus, mas seus santos ministros são como labaredas de fogo, em algumas versões estrelas de Deus (Hb. 1:7). Satanás queria colocar o trono dele sobre os santos de Deus, isto é, eu e você. E na revelação de Jesus vemos que satanás caiu e com sua cauda arrastou uma terça parte das estrelas do céu (Ap. 12:4), e esse trono que ele queria sentar está ocupado. Sabemos que Jesus veio desfazer as obras de satanás (1 Jo. 3:8), quem está assentado nesse trono é Jesus (Ap. 5:6), em apocalipse é dito que o Cordeiro que foi morto está assentado no trono, também é interessante ver que esse Cordeiro que foi morto, mas hoje vive nos constituiu reino e sacerdotes com Seu sangue (Ap. 5:9-10), sendo assim eu e você somos o Reino de Deus. Reino esse que não vem de visível aparência (Lc. 17:20), que começa pequeno, mas vai se expandindo e se torna grande a ponto de todas nações se beneficiarem dele (Mt. 13:31-32), é como um tesouro encontrado que traz muita alegria (Mt. 13:44), é muitíssimo valioso, chegando ao ponto de vendermos tudo que temos pra viver por ele (Mt. 13:46), Reino esse que não consiste em comida ou bebida, mas justiça (nossa justiça é Cristo, Rm. 3:21-26), paz (não a paz que o mundo dá, mas a paz de Cristo, Jo 14:27) e alegria no Espírito Santo.

É interessante sabermos que tanto o império das trevas quanto o Reino de Deus são espirituais (Lc. 17:20), e o mundo que vivemos é natural e jaz no maligno (então automaticamente uma pessoa que anda segundo os padrões do mundo se encontra o império das trevas até que o Reino o seja manifesto), e nesse mundo natural há uma ordem de coisas, só que no Reino essa ordem é invertida, como já dizia o evangelista Rodolfo Abrantes: o evangelho não é atraente pro mundo, antes é loucura. Porque envolve perder para ganhar, envolve morrer para viver, envolve sumir para aparecer, envolve descer para subir. Antes nos estávamos mortos pra Deus por isso não sentíamos o toque de Deus, mas hoje vivos para Deus mortos para o mundo. Certo jovem chega pro seu pastor e diz: pastor, tá doendo muito, antes quando eu tava no mundo não era tão difícil como é agora que estou na igreja. E o pastor responde: meu filho, antes você tava morto e morto não sente dor. Agora sentimos a dor do Reino, quando vemos pessoas que amamos se perdendo a cada dia sem conhecer o evangelho de Cristo, por isso que nós, cristãos, devemos chorar, não mais por conta de coisas mundanas, mas por conta do Reino de Deus.

É legal entendermos de uma vez por todas que no Reino tudo é para Jesus, tudo que precisamos é Ele, Ele que devemos buscar em primeiro lugar, e todo mais se fará (Mt. 6:33, Sl. 23:1, Sl: 37:4, Jo. 15:7).

Outra característica do Reino é que ele é inabalável (Hb. 12:28), Deus irá abalar tudo uma última vez para permanecer aquilo que é inabalável, isto é, o Reino e seus santos que são como o monte Sião, não se abalam (Sl. 125:1).

Lembra da torre de Babel? Então na história da igreja vemos algo semelhante acontecendo, só que dessa vez ao invés da desobediência de ir e multiplicar, os discípulos no dia de pentecostes estavam obedecendo um mandamento de Jesus para eles: permaneçam em Jerusalém até do alto serem revestidos de poder (Lc. 24:49) e assim como em Babel o Espírito Santo desceu, e houve confusão de línguas, mas agora vários povos que não se entendiam começaram a falar a mesma língua. Em Babel aqueles homens foram dispersos contra sua vontade, mas agora por vontade própria os discípulos foram entre as nações pra pregar o evangelho.
Interessante vermos como o Reino começa exercer influência em nosso viver, a bíblia nos diz que o Reino é semelhante uma pequena quantidade de fermento que fermenta toda a massa (Mt. 13:33), me lembro de quando entrei na igreja e estava conversando com o reverendo de minha igreja local e o chamei de "viado", eu ainda não entendia a diferença entre estar na igreja e no mundo, sempre fui em igrejas, mas pra mim era normal aquele palavreado, ainda não estava morto para o mundo, mas estava começando a viver pra Deus, nesse mesmo dia depois do culto estava indo pro ponto de ônibus para ir pra casa, dei sinal para o motorista, ele me viu e não parou, naquele momento seu eu perceber havia o xingado em voz alta, e eu estava com um bíblia em baixo do braço, com aproximadamente cinco irmãos da igreja comigo e eu xinguei em voz alta em um ponto de ônibus cheio de gente, não foi a melhor atitude cristã que eu poderia ter, mas o Reino estava começando a me influenciar.

Creio que todo cristão genuíno tem esse desejo de crescer em Deus, se aprofundar em conhecimento e conhecer mais do amor de Cristo (se você não tem, peço que reveja seus conceitos, Deus já saiu daquela caixa que o povo O colocou chamada arca da aliança, agora Ele habita em nós e age da forma que quer, por isso busque O entender), naqueles dias ainda não conhecia como O conheço hoje. Certa ocasião estava passando na rua e um rapaz muito alto e forte que eu não conhecia passou por mim e cuspiu em mim, e não foi um cuspe qualquer, foi daqueles amarelados de catarro,  enfim, ele cuspiu e ficou rindo da minha cara esperando uma reação, naquele momento olhei para ele e falei: Deus te abençoe. Foi interessante ver a forma que o Reino se manifestou para aquele homem, que após eu andar uns vinte metros olhei para trás e ele estava lá, parado pensando no que havia ocorrido, naquele dia o Reino foi manifesto através da minha vida, através de uma atitude tão simples o Reino foi manifesto para aquele homem.

Nós hoje precisamos entender que há duas formas de andar, segundo a carne e segundo Espírito (Gl. 5:16-18) e muitos pensam que andar segundo a carne significa estar em pecado, acontece que o pecado nada mais é que o fruto de andar na carne, andar na carne significar ser guiado por seus desejos, sua confiança em si mesmo ou naquilo que é obra de suas mãos (tirar Deus do controle). E o interessante que ser guiado pelo Espírito significa manifestar o Reino nessa terra, reino significa governo, e onde há o governo de Deus também Sua vontade é feita. Vemos em apocalipse 5:10 que vamos reinar, isso significa reinar com Cristo, e talvez você pense: reinar no mundo que virá, mas na realidade esse reinar é nessa terra, lembra de José e Daniel, eles não eram do mundo, assim como não somos, mas eles reinavam no mundo. Exerça o Reino de Deus nessa terra, governe com Cristo, O busque em primeiro lugar, manifeste sua vontade nessa terra, brilhe sua luz.



Por: Antônio Marcos dos Santos.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

A Base

Em Mateus 7 dos versículos 24 a 27 vemos a história de dois homens, um prudente e um insensato, o insensato constrói sua casa (isto é, sua habitação) na areia e sua casa desmorona ao ser combatida pelas chuvas, pelos ventos. Mas o homem prudente constrói sua habitação, seu lar sobre a ROCHA.

    Nas profecias a cerca do Messias que haveria de vir sobre Jerusalém vemos que o Messias seria como uma ROCHA que o próprio Deus colocou sobre Sião, que foi desprezada pelos homens, mas escolhida e preciosa para Deus.

Este é o Filho Amado de Deus, Jesus, em quem o próprio Deus se compraz, isto é, tem todo seu prazer. Ele é a ROCHA na qual o homem prudente constrói sua habitação, a semelhança deste homem nossa fé deve estar firmada em nosso Salvador, em tudo que Ele faz e fez por nós, por isso é importante entender tudo que Ele fez por nós.

No relato da criação Deus faz tudo formoso em seu tempo, cria a luz, e faz separação de trevas e luz; cria o firmamento e faz separação das águas; ajunta as águas, aparece a terra e produzindo vegetação sobre a terra; cria luzeiros para indicar estações, dias e anos; cria animais e os abençoa.

Chegando assim na criação do homem, onde Ele já não apenas fala e é feito, mas onde o próprio Deus com suas mãos cria um boneco e dentro dele sopra do Seu fôlego, boneco esse que temos testemunho do qual Deus diz: façamos o homem a nossa imagem e semelhança, e esse homem, criação de Deus obedece a Deus, seguindo seus mandamentos, tudo que Deus falava pra Ele era o certo, mas chega um dia onde o homem, que antes confiava na palavra de Deus agora começa a dar descrédito a essa palavra e começa a escutar a serpente que afirma: Deus falou que vocês morreriam se comessem do fruto do conhecimento do bem e do mal, mas na verdade não morrerão (Gn. 3:4-5). 

Nisto a comunhão que homem e Deus tinham é desfeita, e Adão que antes confiava na palavra soberana de Deus já não confiava mais, ele havia se distanciado e acaba por fazer uma escolha maldita que teve suas consequências, mas Deus por sua infinita misericórdia promete redimir o homem através de um descendente (Gn. 3:15).

E Deus por várias vezes ao longo da história tenta reunir seus filhos novamente para aquele lugar de comunhão, debaixo de suas asas, mas o povo O temeu preferindo confiar em uma falsa rocha que não podia os aproximar de Deus, antes os condenava, isto é a lei (Ex. 20:19). Tentaram se redimir por obras de suas mãos, boas obras, uma justificação própria, não entendendo que por crer somos justificados (Gn. 15:6 e Rm. 4:1-5), chegaram a um ponto de preferir crer nas obras de suas mãos, um bezerro de ouro, que possuindo boca não falava, que possuindo ouvidos não escutava, possuindo olhos não via, mas não aceitaram a redenção que Deus havia preparado pra eles por meio da fé.

Eis que é enviado o descendente de Adão, o Filho de Deus, o filho do homem, que pelo amor de Deus veio ao mundo como homem para salvar todo aquele que nEle crê da morte e trazer para eles a vida eterna (Jo. 3:16), e o véu que separava homem de Deus já não mais existia, foi rasgado. A velha ordem de coisas é desfeita, tudo se faz novo, os pecados se vão, um novo tempo é estabelecido, a esperança vem para dentro de nós.

A comunhão que a muito foi desfeita agora é restabelecida pela morte e ressurreição de Cristo Jesus e agora somos chamados de filhos de Deus (pela graça infinita de Deus, mediante a fé em Cristo) - a comunhão é refeita, mas desta vez o jardim está dentro de nós (Lc. 17:21), as maldições são quebradas e as consequências, culpas e pecado são perdoados. Cristo em nós, está é a esperança da glória.

E agora tudo pode ser desfeito, mas este Reino a qual fomos constituído sarcedotes (Ap. 5:9-10) é inabalável (Hb.12:28), está é nossa confiança, a confiança que mesmo na escura noite, num vale de trevas, no meio de uma guerra, na tempestade ou na calmaria que a antecede, no barco balançando, nas águas ou no fogo, Ele está conosco. (Sl. 23:4, Sl. 91, Is. 43:2).

Já podemos descansar, pois o Senhor é nosso Pastor e de nada temos falta (Sl. 23:1), se estou cansado Ele diz: vem a mim e achareis descanso para vossas almas (Mt.11:28-29). Se estamos com sede, Ele diz: vem e beba da água vida; com fome, Ele diz: vem, coma do Pão esmagado e servido por amor de vós (Jo. 4:10, Jo. 6:35).
Nada agora pode nos separar desse amor, nem morte, nem vida, anjos ou principados, espada, frio ou nudez, nada por nos separar desse infinito amor, maravilhosa graça (Rm. 8:31-39).

É sobre essa base, essa ROCHA que devemos edificar nossa habitação, pode chover, ventar, tremer, mas a casa do prudente permanece inabalável por conta da sua base - Jesus Cristo é essa base. A base que nos sustenta no dia mal, e nos traz regozijo nos dias alegres.

Quando leio a história de Zaqueu, fico pensando de como ele se esforçou para chegar a um lugar alto para ver Jesus, e a primeira coisa que Jesus fala com ele quando o vê é para ele descer depressa, pois Ele iria repousar em sua casa. Este é um grande ensinamento para nós, podemos subir, mas o que Jesus quer é relacionamento, profundidade na comunhão. Na revelação de Jesus descrita por João vemos Jesus dizendo que está a porta e bate e quem abrir Ele entrará e ceará com ele (Ap. 3:20), ceia é um lugar de intimidade, Jesus quer entrar em nossas casas, nosso lugar de habitação e ter comunhão conosco, basta abrir as portas, descer das alturas se necessário para receber o Rei em nossa casa.

Que possamos fazer em Jesus nossa habitação, que venhamos desfrutar da comunhão que Ele conquistou por nós, adentrar no lugar santíssimo pelo novo e vivo caminho aberto por amor de nós.

Obrigado Amado por tamanha graça e amor, Tu és bom.



Por: Antônio Marcos dos Santos