Sabemos que o fim das coisas e seu início não são tão
importantes quanto o meio, em uma história, o meio é o que pega a narrativa já
pré-disposta pelo início e leva a história até seu ponto culminante, o fim.
Sendo assim, como vivemos, isto é, como permanecemos em Cristo é o que irá
definir nosso legado às gerações posteriores.
Queria então começar enfatizando que a experiência de
permanecer em Cristo, nada mais é, que entender que Cristo nos é suficiente.
Poderia te citar diversos textos bíblicos que afirmam que: o Senhor é nosso
pastor, por isso de nada temos falta (Sl. 23:1); Devemos buscar o Reino em
primeiro lugar, e as demais coisas nos serão acrescentadas (Mt. 6:33); Se
bebermos da água que Jesus nos dá nunca mais teríamos sede (Jo. 4:14); Se nos
agradarmos do Senhor, Ele atenderá os desejos dos nossos corações (Sl. 37:4) e
por aí vai, mas ficar apenas na leitura desses textos, ouvi-los sendo pregados
constantemente, mas não nos tornamos praticantes dessas verdades de nada vale,
estaríamos apenas nos enganando (Tg. 1:22). Portanto nos é necessário hoje
vivermos isso, muitas vezes falamos que Jesus nos é suficiente, mas nos
momentos de dificuldades recorremos a qualquer um, menos a Cristo, e digo mais,
nos momentos de alegria, o último de quem nos lembramos é de Cristo. Estamos
tão focados em tantas outras coisas, que nos esquecemos do que nos é
suficiente, isto é, Jesus Cristo.
Então para entendermos o que é permanecer precisamos
entender que Cristo nos é suficiente, tudo aquilo que poderíamos
desejar/necessitar já está em nós por meio do Espírito Santo que habita em nós
(1 Co. 6:19). Tudo aquilo que precisamos já habita em nós, a saber, Jesus
Cristo.
Na carta de Paulo aos romanos (cap. 5), vemos a partir do
primeiro versículo Paulo nos falando que nós, tendo sido justificados pela fé,
temos agora paz com Deus, por meio de Jesus, de quem obtivemos acesso pela fé a
graça na qual nos encontramos firmes. Interessante vermos no contexto do
capítulo anterior, onde Paulo cita um texto do livro de gênesis: Abraão creu, e
isso lhe foi creditado como justiça (Rm. 4:3-5). E nesse mesmo contexto Paulo
diz que a fé de Abraão para quanto a palavra que Deus havia pronunciado sobre
ele lhe foi pago em forma de justiça e nos agora alcançamos a mesma justiça e
paz com Deus por meio da nossa fé no filho de Deus que veio como homem, Jesus,
e agora firmados nessa graça nos gloriamos de nossa esperança da glória de Deus
(Cl. 1:27).
Mas não somente na fé e graça nos gloriamos, segundo Paulo
devemos também nos gloriar nas tribulações. Vamos explicar esse ponto: é
interessante vermos que no Brasil tem sido pregado duas formas de ver o
evangelho, a primeira forma é que tudo vai dar certo em nossas vidas, não
teremos dificuldades e tudo vai ser um mar de rosas. E a segunda forma, a forma
que pelo menos aqui em nossa cidade é mais normal de se ouvir (pois se ouvimos um
pregador falando dessa maneira de ver o evangelho, já citada, iremos com paus e
pedras pra cima do mesmo, o acusando de herege) é que nós como cristãos iremos
sofrer aqui nessa terra, se queremos ser ricos nos céus, devemos ser pobres na
terra. Interessante ver que o pessoal esqueceu que o cristianismo é
equilibrado, esquecemos da pureza e simplicidade das palavras de nosso Senhor e
queremos viver em extremos, como costumo dizer o cristianismo não é um mar de
rosas, mas também não é apenas velório. Existem momentos alegres, momentos
tristes, mas sabemos que Cristo está em nós, a plenitude de tudo está em nós, e
isso nos é suficiente. Voltando a questão das tribulações, quando lemos isso,
achamos que a tribulação é ter que pagar contas, que nós mesmos fizemos, ter
que cuidar de filhos mal criados, ter que lidar com patrões que nos cobram de
serviços a qual nós fomos contratados a fazer. Essas tribulações de qual Paulo
fala, tribulações que geram em nós caráter aprovado, são tribulações por conta
do evangelho de Cristo (2 Co. 11:25-27).
Tratemos agora do caráter aprovado, que em nós é gerado
pelas tribulações, nos últimos anos tenho sido ministrado pelo próprio Deus
que, Ele já não quer louvores, palmas, sacrifícios, Ele quer um coração
disposto a obedece-Lo (1 Sm. 15:22). Deus não quer mais ouvintes, mas
praticantes de Sua Palavra (Tg. 1:22) e isso gerará em nós a perseverança.
Gosto de imaginar as dificuldades que enfrentamos no dia a
dia, nossas dúvidas e incertezas como um grande oceano, e nós estamos ali no
meio, ou aprendemos a nadar ou nos afogamos. A perseverança nada mais é que
aprender a nadar, aprender a nadar contra a maré que o mundo nos impõe,
aprender a nadar contra as dúvidas e incertezas que nos batem. Perseverança é
entender que nossa fé tem que ser maior que a dúvida, pois os que confiam no
Senhor são como o monte Sião, não se abalam (Sl. 135:1), mas quem dúvida é
semelhante a uma onda do mar, que quando tá chegando na praia, volta, impelida
pelos ventos (Tg. 1:6).
Essa perseverança gera em nós a esperança, mas o que seria
esperança? Esperança que se vê, não é esperança, esperança é aquilo que se
espera e com paciência a aguardamos (Rm. 8:24-25), essa é nossa esperança:
Cristo em nós, Ele é a esperança da glória. E essa esperança não nos decepciona,
porque Deus derramou Seu amor em nossos corações, por meio do Espírito Santo
que Ele nos concedeu. Tudo que nós esperamos e necessitamos está em nós, Cristo
nos é suficiente.
Sabe, permanecer em Cristo é um convite a reinar, lembram do
último estudo onde falei que José e Daniel reinaram no Egito e Babilônia,
respetivamente, então, nós fomos constituídos por Deus, através do sangue de
Jesus, reino e sacerdotes e reinaremos (Ap. 5:10), mas esse reino (governo) não
num futuro onde Cristo virá, mas na presente era (Rm. 5:17). Aceite o convite
de Cristo, permaneça Nele e exerça o Reino nessa terra.
Aqui talvez seja o momento onde muitos cristãos desistem,
permanecer em Cristo, significa ser batizado no fogo, é interessante vermos que
muitos pensam que esse batismo no fogo é um êxtase espiritual, para entendermos
esse batismo precisamos entender duas coisas, a primeira, o que significa
batismo. Batismo nada mais é que entrar em algo, imergir, vemos isso no batismo
nas águas, onde somos imergidos nas águas, batismo no Espírito Santo, é aquele
momento onde aceitamos entrar no mar da graça de Deus, entramos no Espírito
Santo, então batismo no fogo nada mais é que entrar no fogo. O segundo ponto é
entendermos o trabalho de um ourives, que purifica o ouro através do fogo, que
queima toda impureza, somente restando o ouro. Sendo assim esse batismo no fogo
é ser queimado pelo fogo de Deus constantemente para sermos purificados, é um
tratamento no caráter, no seu "eu", entende?
Esse batismo no fogo pode ser parafraseado com o que Paulo
diz na carta aos romanos no capítulo doze, versículo dois, que diz que devemos
nos apresentar como sacrifícios vivos. Entendo como sacrifício vivo se entregar
constantemente no altar de Deus, se pegarmos no livro de levítico para entender
como um sacrifício totalmente queimado era entregue e aplicarmos na realidade
de nossas vidas vamos entender que: um sacrifício ia pro altar morto, então
devemos ir para o altar mortos, mortos para o mundo e para as nossas vontades;
um sacrifício servia de alimentos para os sacerdotes, isto é, nossa vida vai
servir de alimento espiritual para as futuras gerações (vejo isso gritar quando
leio sobre os grandes homens de Deus ao longo da história, pelo testemunho de
vida de cada um, sou influenciado a prosseguir firme em Cristo; e por último
desse sacrifício não resta nada, apenas ossos (que são queimados até virar
cinzas) e fumaça, só resta o que Deus quer.
Jeremias dezoito a partir do versículo três, vai nos contar
sobre quando Deus manda o profeta ir à casa de um oleiro e observar seu
trabalho, nesse texto o que me chama atenção é que, mesmo estando concentrado
em seu trabalho, mesmo estando nas mãos do oleiro o vaso se estraga. E
interessante vermos isso em nosso contexto, mesmo estando na presença do Senhor,
caminhando em Sua casa, chega momentos que perdemos o foco, esquecemos que
Cristo nos é suficiente e por conta disso somos estragados, mas o oleiro que
continua concentrado em seu trabalho continua a sua obra fazendo daquele vaso
estragado um novo vaso, segundo a sua vontade. Entendemos nesse texto que Jesus
é o oleiro, que estamos em suas mãos, e que o próprio Deus Soberano está
concentrado para fazer de nós um vaso novo, segundo a Sua vontade. Se estiver
passando por momentos assim, se deixe ser refeito.
Em certo momento da minha jornada de fé, teve um momento
onde pensei em jogar tudo pro ar e desistir, foi um momento crucial em minha
vida, onde cheguei em determinado lugar onde: ou eu olhava pra Deus e
prosseguia, ou olhava para as circunstâncias e desistia. Nesses momentos
encontrei auxílio junto ao meu discipulador e amigos que me levaram a olhar pra
Deus, nessa época um grande amigo meu me indicou uma série de vídeos, que
talvez a maior parte dessa pregação seja fruto de lá, que me incentivaram a prosseguir,
independente das tribulações, o nome dessa série de vídeos é: a vida que
satisfaz, do ministério permanecer, recomendo que assistam.
Nesses dias que havia mencionado um capítulo da bíblia
estava falando fortemente ao meu coração, acabou que hoje, talvez, seja meu
capítulo favorito da bíblia, esse capítulo é João 15. Vamos ficar apenas nos
versículos um ao sete.
Entendemos nesses versículos que Jesus é a videira, sabe
aquele tronco ligado as raízes que sem ele os ramos não existiriam, então.
Entendemos também que Deus é o agricultor que corta os ramos infrutíferos e
poda os ramos que dão frutos para que deem mais frutos ainda (talvez nós
pensemos que ser podado por Deus significa tribulações, quero deixar bem claro
que a vida cristã e o crescimento em Cristo são feitos pela Palavra, vv. 3).
Nós somos os ramos, que sem a videira, sem Cristo, nada podemos fazer, se não
permanecermos Nele, da forma que Ele permanece em nós, não daremos frutos e,
logo, seremos cortados e lançados ao fogo. Mas se permanecermos iremos entender
que podemos pedir qualquer coisa, pois conhecemos o coração de nosso Pai, e nos
será feito. A chave de tudo é permanecer em Cristo, permaneça Nele e saiba que
Ele permanece em nós e essa é nossa esperança. Ele é tudo e está em todos nós (Cl.
3:11).
Os meios que agora poderia te citar que vai nos leva a essa
unidade que permanece são: um, conhecer a Cristo, o mais importante e
essencial, se não O conhecemos como iremos nos manter firmes Nele? Dois, saber
onde Cristo habita, o próprio Deus escolheu habitar em nós, então no dia de
tribulação se lembre que Jesus habita em você e isso é suficiente; Três,
intimidade, sem intimidade com Jesus, momentos de orações e leitura da Palavra
dificilmente irá se manter firmado, afinal como irá conhecer a Deus se não O
busca?
E agora com a face descoberta contemplamos a imagem do Deus
invisível nos transformando dia a dia, de glória em glória, a Sua imagem, até
chegar a um ponto que não saberemos onde começa o Antônio Marcos e onde começa
Jesus (2 Co. 3:18). E quando nos perguntarem, me mostra a Deus, poderemos
dizer, olhe para nós, certo alguém disse uma vez: de cem, um lerá a bíblia, os
outros 99 lerão o cristão. Seja a carta viva, escrita por Deus e enviada as
nações com as escritas das boas novas de Sua graça.
Meu conselho mais sincero, se alguém julga estar firme, tome
cuidado para que não caia, entenda que permanecer não é mérito seu, mas de
Cristo que por meio de Sua graça escolheu habitar em nós. Devemos entender que
Cristo nos é suficiente, talvez se de todas essas palavras usadas nessa
mensagem, entendermos apenas isso, será o necessário, Cristo nos é suficiente.
24. “Portanto, quem ouve estas minhas palavras e as pratica
é como um homem prudente que construiu a sua casa sobre a rocha.
Caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e
deram contra aquela casa, e ela não caiu, porque tinha seus alicerces na rocha.
Mas quem ouve estas minhas palavras e não as pratica é como um insensato que
construiu a sua casa sobre a areia. Caiu a chuva, transbordaram os rios,
sopraram os ventos e deram contra aquela casa, e ela caiu. E foi grande a sua
queda" (Mt. 7:25-27 NVI).
Por: Antônio Marcos dos Santos.
Por: Antônio Marcos dos Santos.
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